quinta-feira, 26 de novembro de 2009

REVIEW 212 - The Culling


Enquanto ficamos na expectativa pela Season Finale, nada melhor do que rever o último episódio, para aumentar ainda mais a curiosidade acerca de como tudo irá acabar nesse final de temporada. Então vou aproveitar para juntar o útil ao agradável e fazer o review que eu fiquei devendo.

Para mim foi um dos melhores da temporada. Não digo que está no meu TOP TEN, por razões óbvias, mas com certeza está entre os 3 melhores, juntando-se àquele no qual Gemma revela o estupro, e deixando, esperançosamente, um lugar vago a ser ocupado pelo derradeiro episódio. E dessa vez o que me marcou não foi a carga dramática de interpretação, já exaustivamente elogiada, mas sim o realismo (óbvio que com certa licença poética) com que retrataram um MC em tempos de guerra.

Sou obrigado a confessar, "The Culling" me ganhou logo nas cenas iniciais. Para começar, a excelente escolha da trilha sonora novamente fez a diferença. Não só os caras acertam em relação a qual música colocar, como também possuem um timing espetacular para as mesmas. De cara somos presenteados com um clássico do Creedence Clearwater Revival, "Someday Never Comes", muito bem interpretado na voz rasgante de Billy Valentine & The Forest Rangers. A partir de então, começam os preparativos e precauções de SAMCRO para a guerra que estaria por vir.

Jax com Abel, Tara recolhendo todos os suprimentos médicos de que dispunha, Gemma comandando as compras de alimentos, Opie deixando Lyla e seus filhos sob os cuidados de seu pai, Unser recolhendo suas armas e munições, assim como Clay e Tig. Eis que a sede dos Sons se transforma em um autêntico quartel general, um verdadeiro forte, trancado e protegido, de onde só se pode sair acompanhado de uma escolta. Todos que de alguma forma tinham ligação com o MC são convocados para lá ficarem até que retornem os tempos de paz. E o discurso de Clay só reforça ainda mais os laços de irmandade e união, que transbordam por todos os lados. Para fechar com chave de ouro esse início de arrepiar, assim que o Presidente de SAMCRO anuncia que sob aquele teto todos estarão seguros, recebendo os aplausos dos presente, e o abraço de Jax, ouvem-se os primeiros acordes da famosa música de abertura, tornando aquele momento ainda mais intenso.

E não é que no meio de toda essa confusão surgiu a primeira conversa acerca de Half-Sack tornar-se membro. Convenhamos que o PP já teve oportunidade de demonstrar todo seu comprometimento com o S.O.A., principalmente quando se colocou na linha de fogo para proteger Clay no tiroteio contra os Arianos. Com bem sintetizou este último, apenas uma bola, mas muito culhão...

E quem será aquele sujeito que deixou Tig altamente desconfortável? Será um antigo rival, tão louco quanto ele? Bem, cara de psicopata o indivíduo tem, mas provavelmente a história por trás dessa rixa só saberemos na outra temporada.

Por falar em psicopata, o que dizer de Tara e a surra que deu na supervisora do hospital. Toda aquela conversa anterior com Gemma, sobre o que representa ser a Ol`lady de Jax Teller, tanto dentro do MC, quanto fora dele, de todo o respeito que tal posição merece, inclusive dos habitantes de Charming, parece que subiu à cabeça da doutora. Além disso, não podemos esquecer aquele papo no carro, no qual a "rainha" diz à "princesa" que nada deveria impedi-la de curar as pessoas, de exercer a medicina. Depois de, mais uma vez, ser provocada, Tara não se contém e fala umas boas verdades. E quando o nome de Gemma é citado de forma pejorativa, ela perde completamente a cabeça e parte para cima de sua superiora, terminando por agredi-la fisicamente (um belo soco, por sinal). Para finalizar, ainda a ameaça, assim como seus filhos, usando os S.O.A. como argumento, digamos assim, de convencimento, para que retire as queixas contra ela e nada comente sobre a "conversa". Ok, a mulher era uma megera, mas que deu pena, ah isso deu... Ao que tudo indica, Gemma não só encontrou, como está preparando muito bem sua substituta.

Como diz o ditado, vingança é um prato que se come frio e pelas beiradas. E parece que finalmente SAMCRO se deu conta disso, agindo calculadamente e coordenando cada um de seus passos. Atacaram Weston duas vezes. Primeiro, lançando sobre o mesmo todo o veneno que podiam, acerca dos encontros privados de Zobelle, que na verdade eram negociações de heroína e armas com Mayans. E, depois deste confirmar as informações e romper com o seu chefe, o qual acusa de mijar nos ideais da causa ariana, aproveitam seu momento psicologicamente transtornado, para atiçá-lo ainda mais ao entregar, com a ajuda de Unser, seus filhos para a Assistência Social. Era a gota d`água para deixar Weston enfurecido e marcarem um "acerto de contas", os 10 melhores de cada lado se enfrentam, sem armas, sem testemunhas.

Como de fato os S.O.A. aprenderam a lição, concomitantemente marcam uma reunião com os Niners e com os chineses. Revelam as reais intenções de Zobelle, e o apontam como responsável pelo crescimento e expansão territorial dos Mayans. Com isso, buscam apoio dos outros dois grupos na cruzada para exterminar Zobelle, oferecendo como moeda de troca não só ajudá-los na recuperação do espaço perdido, mas também conquistar todo o território Mayan, que seria então dividido entre eles. Algo me diz que teremos uma movimentada 3ª temporada...

Os Sons também agem com os irlandeses, armando para entregar de bandeja Edmond Hayes como delator para Jimmy O, ao mesmo tempo em que recuperam as armas que precisavam, bem diante do nariz da Agente Stahl. Mais uma jogada de mestre, que termina com SAMCRO esfregando na cara da ATF que eles foram enganados. Ah, não podemos nos esquecer da sinistra caixa contendo 2 ratos mortos, indicando o futuro nada agradável que espera pela família Hayes.

E não é que Chuck finalmente reapareceu, ajudando SAMCRO tanto vigiando os movimentos da ATF, quanto depondo como testemunha sobre o incidente em Caracara, o que fará com que cessem as suspeitas de que o próprio MC foi responsável pelo incêndio, possibilitando-os receber o dinheiro do seguro. Agora, se essa grana será utilizada ou na reconstrução do estúdio porno ou na do armazém de armas só Deus (ou seria Kurt Sutter) sabe... Interessante notar o olhar de admiração de Chuck em relação ao MC, e a sensação de felicidade que ele deixa transparecer não só quando é capaz de ajudá-los, como também quando por eles é acolhido.

Finalmente temos o acerto de contas entre os Sons e os Arianos, que é precedido pela "despedida" dos membros e suas mulheres. Novamente com acerto na trilha sonora, já nos deixa tensos sobre o desenrolar dos acontecimentos. Weston não respeita as regras do confronto, mas não contava com a astúcia de Jax e cia. (meio Chapolin não...), que trouxe a reboque os Niners e os chineses, para garantir que a questão seria resolvida somente na porrada. E, no meio desta, algo que certamente se destaca é a selvagem mordida de Tig, não deixando dúvidas que afastou por completo os fantasmas da morte de Donna. Aliás, parece que ele gosta mesmo de arrancar uns pedaços, pois já havia feito isso na outra cena de luta que tivemos no seriado, no 3º episódio da 1ª temporada, contra os funcionários do parque que ocultavam o estuprador.

Hale, que já desconfiava que algo estava para acontecer e havia colocado policiais para seguir Jax e Clay, aparece no meio da confusão dando fim a ela, já que leva Weston preso devido ao incêndio em Caracara. Ainda que revoltados, os S.O.A. não tem tempo a perder e partem em direção a Zobelle na tabacaria, onde Unser já os aguardava após dispensar os oficiais que estavam protegendo Polly, o que levanta suspeitas por parte de Hale.

Lá chegando, Clay imediatamente pressiona Polly para saber onde está seu pai, agredindo-a fisicamente e enfiando uma arma entre suas pernas, para espanto de Unser. A garota resiste, mas Zobelle acabam chegando e sendo pego pelos Sons que, diante da negação daquele de sair da cidade, resolvem executá-lo ali mesmo. Todavia, mais uma vez Hale aparece para "estragar a festa", no que é impedido por Unser sob a irrefutável alegação da hierarquia de patentes, complementando que não havia, nem haveria qualquer crime ali. É neste momento que cai a ficha de Zobelle que, muito esperto, confessa estar, junto com sua filha, na posse de drogas. Não resta, então, outra opção para Hale que prende ambos, postergando mais uma vez a vingança de SAMCRO, levando Zobelle a rir ironicamente, e Jax a jurar sua morte. Eis que a mesma música que abriu o episódio se faz novamente ouvir, dando um toque final.

Cabe fazer uma menção, digamos honrosa, ao ator Taylor Sheridan, que interpreta o Deputy Chief David Hale. Ao longo de toda a temporada ele já vem mostrando toda a sua resistência à ligação de Unser com S.O.A., todavia conheceu inimigos piores no meio do caminho, e foi obrigado a rever seus conceitos e aceitar certas concessões. Neste episódio, aconselhado por Unser a agir como se Chefe de Polícia fosse, mais de uma vez se vê entre a cruz e a espada, entre o coração e a razão. Entende os motivos que levam os Sons a buscar vingança, e no fundo até concorda, mas se prende aos ditames legais, que norteiam o exercício de sua profissão. Se há uma cena que traduz toda esse conflito interno é quando o mesmo entra na Tabacaria e se depara com um cenário de pré-execução. A solidariedade com a dor de Gemma se mistura com o dever de cumprir seu ofício, somado a um misto de espanto e decepção com Unser por deixar chegar até aquele ponto, multiplicado pela impotência de nada poder fazer devido sua patente mais baixa. Sentimentos que ficaram explícitos na excelente atuação de Taylor.

Por fim, que beijo foi aquele de Zobelle em sua filha, e porque tanto ciúmes? Será que Polly é realmente filha dele? Foi só eu, ou alguém mais achou que a Agente Stahl apareceu com a boca meio torta, meio mole, como se tivesse saído de uma anestesia de dentista?

Season Finale, contando os minutos...

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